É por isso que a IA não vai substituir quem entende
Tive uma semana complicada com uma migração de ETL na empresa.
Primeira semana fiscal do ano..
Processos travando, integrações falhando e a diretoria querendo saber o que estava acontecendo.
Naquela confusão toda, pensei: "Por que não testar uma IA pra me ajudar a encontrar a solução?"
Soltei todos os logs, todo o histórico de problemas, esquemas dos sistemas, mapeamento dos processos – absolutamente tudo. (na IA da firma)
A resposta da IA foi muito boa. Mapeou dependências entre sistemas que nem eu tinha percebido. Identificou gargalos ocultos. Sugeriu pontos de falha que pareciam óbvios depois que ela mostrou.
Na teoria, estava perfeito.
Na prática? Um desastre completo.
Porque quando levei aquelas recomendações para implementação, descobri o que todo gestor já sabe: sistemas e operações são sobre pessoas, não apenas sobre máquinas e processos.
A IA não sabia que o time de TI estava sobrecarregado com outros projetos. Não conhecia a política interna que impedia mudanças em certos sistemas legados. Não entendia as resistências culturais da equipe de operações. Não sabia que tínhamos um problema na rede e que estava tudo bloqueado.
E por mais que eu tentasse adicionar esse contexto, sempre faltava aquele conhecimento que só vem quando tu sentas com as pessoas, entende suas frustrações, e percebe as dinâmicas não ditas que fazem uma organização funcionar ou falhar.
Percebi então por que sempre recorro aos especialistas, ao mentores.
Não é só pelo conhecimento técnico deles.
É porque eles já navegaram essas águas antes.
É porque eles sabem que operações são 20% sobre sistemas e 80% sobre pessoas.
É porque eles me fazem questionar não apenas o COMO, mas o POR QUÊ.
Quando envio um plano de ação para um mentor/especialista, penso duas vezes antes de apertar o botão. "Estou considerando o impacto em todos os stakeholders? Estou ignorando alguma consequência óbvia? Estou realmente resolvendo o problema raiz?"
Essa hesitação é importante. Me força a pensar nas entrelinhas.
Eu não quero fazer o meu mentor perder tempo. Eu tenho medo de levar bronca kk.
Com a IA, não sinto essa pressão. Jogo tudo lá sem filtro.
A diferença é status.
Meus mentores têm status na minha cabeça. A IA não.
E status é fundamental para fazer alguém realmente repensar sua abordagem.
Para te fazer enxergar o que e como estudar.
Para te mostrar que a melhor análise do mundo fracassa quando as pessoas não compram a ideia.
Para te ensinar a ver as conexões invisíveis entre as mais diversas disciplinas.
Essa experiência me mostrou que ferramentas automatizadas não vão substituir bons profissionais.
Podem auxiliar? Sem dúvida.
Vão facilitar tarefas mecânicas? Com certeza.
Mas jamais terão aquela autoridade que te faz parar e repensar tuas premissas mais fundamentais.
Nunca terão a autoridade pra fazeres tu botar a mão na massa.
Nunca terão..
Ferramentas são ferramentas, no final das contas.
Data Creators
Existem muitos conteúdos gratuitos na internet, tu podes fazer a tua jornada sozinho.
Inclusive, podes perguntar pra qualquer IA e terás um bom roadmap.
Mas falta algo mais. Eu sei. Tu sabes.
E esse algo mais é exatamente o que eu descrevi no texto.
Eu sinto a mesma coisa, mas em outras áreas da minha vida (nutrição, exemplo).
Se queres resolver isto, junte-se ao Data Creators. Vamos quebrar essa inércia.
Tinha planejado ir para SP este mês e descansar um pouco, no entanto o plano foi cancelado, portanto abrirei 2 vagas para o Data Creators.
Se está interessado leia isso e me manda mensagem no Linkedin ou Instagram - vão fechar rápido (espero =D)