Storytelling é coisa de preguiçoso
Calma, leia o texto. Edição no.3 da série sobre negócios.
O storytelling se tornou algo essencial para quem quer se tornar um profissional de dados, especialmente em cargos com maior contato com a gestão.
Tem que tá no roadmap para saber como funciona.
É um tema muito rico e com muitas técnicas para se tornar um bom orador e convencer a audiencia.
…No entanto, eu gostaria de discutir algo que vejo que não é muito falado.
Por que precisamos do Storytelling?
Lendo os materiais sobre Kaizen e a metodologia japonesa eu percebi algo.
Não vi nenhum capítulo sobre este tema e, baseado na minha experiência, também nunca ouvi falar sobre quando inserido neste contexto de Lean.
E sabe por quê?
O storytelling nasceu pois somos preguiçosos.
Um dos ensinamentos mais importantes da filosofia japonesa é o chamado genchi genbutsu. Em tradução livre, seria mais ou menos como “vá e veja na fonte” ou “coletar dados e fatos onde realmente o problema acontece”.
E este princípio não foi criado para ficar somente nos operadores no chão de fábrica, de fato, isso é um ensinamento para os GESTORES também.
Observe que se formos no local e vermos com nossos próprios olhos, não há espaço para storytelling. Os fatos são os fatos.
Ao irmos no gemba, criamos a história na nossa cabeça. Ninguém precisa contar pra gente.
O storytelling faz sentido em um contexto de jornalismo de dados, onde você tenta comunicar uma grande história por meio de visualizações. Também é importante em outros contextos semelhantes, como quando você está tentando fazer uma apresentação para outras equipes.
Mas num contexto operacional do DIA A DIA… Só perda de tempo?
É claro que ao fazer um storytelling nós conseguimos gerar perguntas (hipóteses) mas que só conseguimos transformar em conhecimento através do input -> output -> verificação se houve melhora.
Lembre o objetivo supremo dos dados:
O propósito dos dados é o conhecimento. Conhecimento são teorias ou modelos que permitem prever os resultados de suas ações de negócios. Ou seja, criar um modelo causal de como o negócio funciona.
Se conseguirmos mapear isso, a história se torna óbvia e não há necessidade de criar narrativas.
(Então uma pergunta que gostaria de deixar no ar.. Será que dá pra templatizar o storytelling através da definição das métricas? Eu acho que dá, mas deve dar um trabalho e tanto.)
Desenhando (literalmente)
Isto é para ser um ciclo (o famoso Kaizen).
É por isso que eu digo que ser data driven é:
Ser Data Driven significa usar dados para fazer previsões com conhecimento vindo de experimentos e usar essas previsões para tomar medidas que melhorem o desempenho e impulsionem o crescimento, criando um ciclo virtuoso (Kaizen).
Tá, Heitor, mas e o storytelling em si?
O que eu quero trazer é que antes da gente ir direto para o storytelling, é preciso fazer essa reflexão.
Temos uma reunião onde olhamos as métricas e discutimos o que está acontecendo, sem ter uma agenda por trás?
Antes da gente tentar aprender sobre storytelling que é uma “habilidade individual”, estamos pensando no TODO?
Estou olhando os dados de maneira recorrente OU estou incentivando a equipe a olhar os dados de maneira recorrente mas com o objetivo de ganhar este conhecimento?
Tem este ciclo onde tu trabalha ou tá sendo '’preguiçoso’
Tu estás tentando explicar o WHAT? ao invés de fazer o storytelling para o SO WHAT e o NOW WHAT?
Não aceite tudo sem questionar (inclusive este texto). Pense e reflita antes e sempre.
Heitor “O preguiçoso” Sasaki
Data Creators está em recesso natalino.
Voltará no ano que vem, mas isso não quer dizer que estarem sem fazer nada.
Vamos voltar cada vez melhores.
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Dá uma olhada na edição anterior:
Amei o artigo!